domingo, 8 de fevereiro de 2009

Oração a Santa Perpétua e Felicidade

"Senhor, por intercessão e méritos de tão fiéis santas, Perpétua e Felicidade, dai-nos a graça de viver o amor, promover a paz entre os homens, de sermos verdadeiramente testemunhas do Evangelho.
Por Perpétua e Felicidade, vos rogamos, preenchei-nos com o dom da fortaleza, para que, com paciência, saibamos suportar os pequenos martírios diários.
Amém.
Santa Perpétua e Felicidade, rogai por nós."

Santo Atanásio


Atanásio, nascido em Alexandria do Egito em 295, é a figura mais dramática e desconcertante da galeria dos Padres da Igreja. Obstinado defensor da ortodoxia durante a grande crise ariana, imediatamente após o concílio de Nicéia, pagou a sua heróica resistência à difundida heresia com cinco exílios que lhe foram impostos pelos imperadores Constantino, Constâncio, Juliano e Valente. Ário, um sacerdote proveniente da própria Igreja de Alexandria, negando a igualdade substancial entre o Pai e o Filho, ameaçava ruir as estruturas do cristianismo. De fato, se Cristo não é o Filho de Deus, a que se reduz a redenção da humanidade?Jamais, talvez, nenhum chefe de heresia possuiu em mais alto grau que Ário as qualidades próprias para esse maldito e funesto papel. Instruído nas letras e na filosofia dos gregos, dotado de uma rara fineza de dialética e de linguagem, ele conseguia dar ao erro o aspecto e o atrativo da verdade. Seu exterior ajudava a sedução. Seu orgulho se disfarçava sob uma simples vestimenta, sob um olhar modesto, recolhido, mortificado, que lhe dava um falso ar de santidade, e ao qual ele sabia aliar um trato gracioso e um tom doce e insinuante". Isso lhe abriu a porta dos grandes e poderosos do mundo. Eusébio de Cesaréia lhe concedeu asilo e o protegeu. Eusébio de Nicomédia tornou-se seu mais forte defensor. Por isso sua heresia estendeu-se séculos afora, provocando grande mal à Igreja.O crescimento e o tumulto da nova heresia preocupou o Imperador Constantino, que enviou o mais venerado Prelado da época, Ósio de Córdoba, a Alexandria, para tentar fazer cessar a "epidemia". Este, estando com Santo Atanásio, reconheceu logo sua ortodoxia; bem como a má-fé e erro de Ario. Por isso, aconselhou o Imperador a convocar um concílio em Nicéia, para condenar a nova heresia. Neste foi composto o famoso Credo de Nicéia, que alguns heresiarcas assinaram constrangidos, e outros, recusando-se a fazê-lo, foram exilados.
Foi ali, na grande assembléia, que um pequeno grande homem, secretário de Santo Alexandre, se fez notar pelo fogo de suas palavras, eloqüência e amor à ortodoxia católica. Era ele Atanásio.
De estatura abaixo da média (pelo que foi objeto de debique por parte do apóstata Juliano), segundo seus biógrafos, era de compleição magra, mas forte e enérgico. Tinha uma inteligência aguda, rápida intuição, era bondoso, acolhedor, afável, agradável na conversação, mas alerta e afiado no debate.
Ainda adolescente, foi notado e apreciado por Santo Alexandre, que o tomou sob sua proteção e, com o tempo, o fez seu secretário. No Concílio de Nicéia ainda não havia recebido a ordenação. Mas, cinco meses depois, Santo Alexandre, ao falecer, designou-o como seu sucessor na Sé de Alexandria. Atanásio tinha apenas trinta anos de idade.Triste herança recebeu o jovem bispo. Durante seus primeiros anos de episcopado, os melecianos e arianos juntaram-se para tumultuar o povo e lançar o espírito de revolta, de que se alimentam as heresias. Pois o arianismo, se bem que tivesse um suposto fundamento religioso, era mais um partido político de agitadores, como muitos movimentos da esquerda católica de hoje em dia. Não havia calúnia, difamação e ardil que os arianos não inventassem contra Atanásio, para minar sua autoridade.O Imperador Constantino, perdendo sua mãe Santa Helena, ficou sob a influência de sua irmã Constância, conquistada pela heresia. A pedido dela, fez voltar do exílio os hereges exilados em Nicéia, enquanto perseguia os católicos ortodoxos. Apenas retornado do exílio, Eusébio de Nicomédia convoca um concílio em Cesaréia, sede do outro Eusébio ariano, para condenar Santo Atanásio. Este é intimado a comparecer em Tiro — para onde o concílio havia sido transferido — a fim de responder às acusações assacadas contra ele.Fizeram entrar uma mulher de cabelos desgrenhados que, com altos gritos, acusou o Santo de ter dela abusado. Um dos padres de Atanásio, percebendo o jogo, levantou-se e foi até a impostora, exclamando: "Como! Então é a mim que imputas esse crime?!". Ela, que não conhecia Atanásio, replicou: "Sim, é a ti. Eu bem te reconheço". Houve uma gargalhada geral, e a miserável fugiu cheia de confusão.
Assim, depois de uma vida tão tumultuada e de tantos perigos, Santo Atanásio, como ressalta o Breviário Romano, "morreu em paz em seu leito", no dia 18 de janeiro de 373. Havia governado, com intervalos, durante 46 anos, a igreja (diocese) de Alexandria.O grande iluminador"`No caráter de Atanásio — disse Bossuet — tudo é grande'. Toda sua vida é a revelação de uma energia prodigiosa, que só encontramos em épocas decisivas. Indiscutivelmente, sua grandeza como homem o coloca na primeira linha dos caracteres mais admiráveis que produziu o gênero humano. Como escritor e Doutor, pôde ser chamado o grande iluminador, e coluna fundamental da Igreja". Comemoramos sua festa no dia 2 de maio.

Credo de Santo Atanásio

1. Quem quiser salvar-se deve antes de tudo professar a fé católica.2. Porque aquele que não a professar, integral e inviolavelmente, perecerá sem dúvida por toda a eternidade.3. A fé católica consiste em adorar um só Deus em três Pessoas, e três Pessoas em um só Deus.4. Sem confundir as Pessoas nem separar a substância.5. Porque uma só é a Pessoa do Pai, outra a do Filho, outra a do Espírito Santo.6. Mas uma só é a divindade do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, igual a glória, co-eterna a majestade.7. Tal qual é o Pai, tal é o Filho, tal é o Espírito Santo.8. O Pai é incriado, o Filho é incriado, o Espírito Santo é incriado.9. O Pai é imenso, o Filho é imenso, o Espírito Santo é imenso.10. O Pai é eterno, o Filho é eterno, o Espírito Santo é eterno.11. E contudo não são três eternos, mas um só eterno.12. Assim como não são três incriados, nem três imensos, mas um só incriado e um só imenso.13. Da mesma maneira, o Pai é onipotente, o Filho é onipotente, o Espírito Santo é onipotente.14. E contudo não são três onipotentes, mas um só onipotente.15. Assim o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus.16. E contudo não são três deuses, mas um só Deus.17. Do mesmo modo, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, o Espírito Santo é Senhor.18. E contudo não são três senhores, mas um só Senhor.19. Porque, assim como a verdade cristã nos manda confessar que cada uma das Pessoas é Deus e Senhor, do mesmo modo a religião católica nos proíbe dizer que são três deuses ou senhores.20. O Pai não foi feito, nem gerado, nem criado por ninguém.21. O Filho procede do Pai; não foi feito nem criado, mas gerado.22. O Espírito Santo não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procede do Pai e do Filho.23. Não há, pois, senão um só Pai, e não três Pais; um só Filho, e não três Filhos; um só Espírito Santo, e não três Espíritos Santos.24. E nesta Trindade não há nem mais antigo nem menos antigo, nem maior nem menor, mas as três Pessoas são co-eternas e iguais entre si.25. De sorte que, como se disse acima, em tudo se deve adorar a unidade na Trindade, e a Trindade na unidade.26. Quem, pois, quiser salvar-se deve pensar assim a respeito da Trindade.27. Mas, para alcançar a salvação, é necessário ainda crer firmemente na Encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo.28. A pureza da nossa fé consiste, pois, em crer ainda e confessar que Nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem.29. É Deus, gerado na substância do Pai desde toda a eternidade; é homem porque nasceu, no tempo, da substância da sua Mãe.30. Deus perfeito e homem perfeito, com alma racional e carne humana.31. Igual ao Pai segundo a divindade; menor que o Pai segundo a humanidade.32. E, embora seja Deus e homem, contudo não são dois, mas um só Cristo.33. É um não porque a divindade se tenha convertido em humanidade, mas porque Deus assumiu a humanidade.34. Um, finalmente, não por confusão de substâncias, mas pela unidade da Pessoa.35. Porque, assim como a alma racional e o corpo formam um só homem, assim também a divindade e a humanidade formam um só Cristo.36. Ele sofreu a morte por nossa salvação, desceu aos infernos e ao terceiro dia ressuscitou dos mortos.37. Subiu aos Céus e está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos.38. E, quando vier, todos os homens ressuscitarão com os seus corpos, para prestar conta dos seus atos.39. E os que tiverem praticado o bem irão para a vida eterna, e os maus para o fogo eterno.40. Esta é a fé católica, e quem não a professar fiel e firmemente não se poderá salvar.* Apesar do nome, este credo foi divulgado por Santo Ambrósio; foi incluído na liturgia, é autêntica profissão de fé e é totalmente reconhecido pela Igreja Católica.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

História de São Lourenço



Lourenço era diácono da Igreja de Roma pelos anos 250. Tinha como encargo administrar os bens da Igreja, bem como auxiliar os pobres e levar a Eucaristia consagrada pelo Papa às Igrejas das vizinhanças de Roma. A sua imagem, aureolada de lenda já nos escritores bem próximos deles (como Prudêncio), nos é familiar no gesto, fixados pelos aprescos do B. Angélico na capela vaticana do papa Nicolau V, de distribuir aos pobres as coletas dos cristãos de Roma.
Esta era de fato uma das funções de diácono, e Lourenço, feito diácono pelo papa Sisto II, era o arcediago da comunidade dos diáconos romanos. É compreensível por isso que no auge da perseguição de Valeriano, o próprio pontífice, preso e conduzido ao martírio, deu ao díacono o encargo de distribuir tudo o que tinha aos pobres. Quando o imperador - se lê na Paixão - impôs a Lourenço de entregar-lhes os tesouros dos quais tinha ouvido falar, ele reuniu diante de Valeriano um grupo de indigentes exclamando: "Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem e podem ser encontrados em toda parte."
Durante a mesma época, o imperador romano, possivelmente Aureliano, não via com bons olhos o crescimento do cristianismo, considerando-o uma ameaça ao seu trono. Publicou então editos, mandando fechar e confiscar todos os lugares de culto e todos os cemitérios cristãos, bem como punir com o exílio ou a morte os dirigentes das comunidades. Foi nestas circunstâncias que Lourenço acabou sendo preso e martirizado pelo ano de 258 A esta aguda e sábia resposta ("Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem e podem ser encontrados em toda parte") fazem eco as últimas palavras do mártir, que colocado sobre um braseiro ardente e já vermelho como um tição de fogo, teria encontrado coragem de fazer uma piada: "Vira-me, dizia ao carrasco, que já estou bem assado deste lado."
O heróico testemunho de fé prestado pelo mártir foi eficazmente relembrado pelo papa Dâmaso: "chicotes, algozes, as chamas, os tormentos, as correntes, nada puderam contra a fé de Lourenço." O papa, que admirava as virtudes do mártir glorioso, edificou-lhe a segunda igreja, sob as ruínas do teatro de Pompeu, fazendo para ele a primeira exceção: nenhum mártir antes dele tinha tido igeja fora do lugar do martírio.
O diácono Lourenço sofreu o martírio a 10 de agosto de 258. Nas Atas do martírio de são Lourenço lê-se que o mártir, antes de ser posto sobre a grelha aquecida por carvões ardentes, quis rezar por Roma. A cidade foi-lhe grata por este ato de amor dedicando-lhe nada menos e trinta e quatro igrejas, a primeira delas, segundo o costume no lugar do martírio. Até mesmo os padroeiros da cidade, são Pedro e são Paulo não tiveram tanta honra.

Oração a São Lourenço



"Onipotente Deus, que ao vosso bem aventurado mártir SãoLourenço e destes forças para triunfar sobre as chamas e os seus tormentos, concedei-me que se extingam em mim as chamas de toda a sorte.
Intercedei ó glorioso e corajoso mártir, que mesmo na hora da morte zombaste do vosso carrasco, para que Deus acolha as minhas súplicas, eu que me vejo atormentado e ameaçado pelo fogo do inferno .
Reparti comigo vossa coragem para enfrentar os tiranos, vossa lucidez para encarar os perigos e vossa fé para depositar em Deus vossa vida e vossa alma. Atendei Senhor minha súplica , através da bondosa intercessão do corajoso mártir São Lourenço
Por Cristo, Nosso Senhor, que convosco vive e reina, Amem".!